Como a pandemia e a guerra na Ucrânia têm afetado a demanda global
Pouco mais de dois anos se passaram desde o início da pandemia da COVID-19, que gerou um cenário de incertezas generalizado no mundo.Agora, estamos diante de mais um momento delicado: a guerra na Ucrânia.
Enquanto empresas no mundo todo buscam se restabelecer dos impactos provocados pela pandemia — como falta de matéria-prima, elevação dos custos, novos modelos de trabalho etc. —, a guerra na Ucrânia causa outras aflições. Sobretudo, para os setores de produtos e serviços.
Mas como esses dois eventos estão relacionados com a demanda global por produtos? E quais são as alternativas que podem ser adotadas para contornar esse cenário de incerteza? Confere aqui com a gente! Neste artigo, contamos os principais pontos dessa discussão que está rolando em todo o canto!
Por que problemas no mundo impactam na demanda global por produtos?
Entre o final de 2019 e início de 2020 irrompeu a notícia de que uma doença altamente transmissível, originada na China, poderia espalhar-se pelo mundo. E, inclusive, afetar drasticamente o cotidiano e a vida das pessoas. Não era mentira!
Mais de dois anos, com milhões de mortes e de casos confirmados, ainda sentimos os reflexos dos problemas que surgiram com a pandemia. Entre eles:
- as sequências de fechamentos (lockdown) das indústrias e dos comércios;
- o elevado número de pessoas afastadas do trabalho por sintomas da doença;
- novos modelos de trabalho (como o trabalho home office).
Esses são alguns dos pontos que favoreceram o estabelecimento de um cenário incerto e desafiador para as empresas.
Em primeiro instante, isso gerou uma queda acentuada do mercado financeiro, que passou a ser mais conservador nos investimentos. O que causou forte rebuliço entre as grandes empresas.
Além disso, a produção de produtos básicos foi drasticamente reduzida pela redução de mão-de-obra, que rapidamente foi notada pelo consumidor final. Dali em diante, nós conhecemos a história: a alta demanda associada à baixa oferta e somada à inflação generalizada criou um cenário de grande incerteza. Entre as consequências disso, empresas reduziram de tamanho e, em alguns casos, fecharam as portas definitivamente!
Não bastasse isso, a tensão entre Ucrânia e Rússia (que já perdura há décadas) irrompeu em uma guerra violenta entre os países.
E os reflexos do conflito ultrapassam fronteiras. Afinal, a Rússia é uma das maiores produtoras de petróleo do mundo, além de fertilizantes agrícolas. Enquanto a Ucrânia possui grande produção agrícola,como o trigo., causando instabilidade nos mercados globais.
Isso porque, grande parte desses produtos são commodities — o que torna a oscilação do preço baseado na oferta internacional. Com isso, diversos países — sobretudo, europeus — são afetados pela indisponibilidade de produtos em virtude de sanções econômicas lançadas contra a Rússia, na tentativa de desmotivar a guerra e toda a sua brutalidade.
Como problemas com a demanda global impacta nas empresas brasileiras?
Vejamos o caso do petróleo como exemplo. Por ser uma commodity, com seu preço ‘indexado’ ao dólar, a pandemia e a guerra na Ucrânia afetam sua disponibilidade no mercadoToda essa incerteza eleva o preço do produto já no curto prazo.
No Brasil, o efeito do aumento do valor do barril do petróleo é facilmente percebido. Com o petróleo mais caro, o preço dos combustíveis também aumenta. Por sua vez, o preço do transporte é reajustado, o que também afeta o preço da matéria-prima, da produção e assim por diante.
É uma bola de neve que afeta a todos.
Certamente, esse não é o único reflexo percebido nas empresas brasileiras. Diversos componentes (como chips e microchips) e subprodutos essenciais para fabricação e comercialização tiveram sua produção drasticamente reduzida e afetada por esses eventos. Por outro lado, a demanda só aumenta.
A produção agrícola brasileira, embora tenha mantido altas produtividades, também sofreu com o aumento dos insumos, principalmente do diesel e dos fertilizantes.
Para as empresas em geral pode não parecer surtir um efeito direto mas, com o aumento dos custos de produção agrícola, há aumento direto nos alimentos. E o alimento encarecendo é sinônimo de inflação que, por sua vez, impacta todos os setores da economia.
O que fazer nesse cenário?
Pode parecer repetitivo, mas o bom e velho conselho nunca falha: planejamento — mesmo que isso já faça parte do cotidiano de qualquer empresa.
Com o mundo cada vez mais globalizado, e a pandemia estimulando o uso do digital ainda mais, é preciso considerar fatores externos ao fazer o planejamento do seu negócio.
Sua empresa pode até não importar produtos diretamente, mas certamente trabalha com algo que depende de alguma matéria-prima vinda de fora. E se acontecer alguma coisa na economia local desse país? E caso precise buscar outro fornecedor? Tenha em mente soluções rápidas para múltiplos cenários de incertezas.
Com a pandemia, muitas empresas se viram diante de um grande desafio com o trabalho remoto. Por outro lado, diversos empreendimentos já buscavam meios de inovar e praticar essa rotina antes mesmo de a pandemia se instalar. Para eles, adotar o remoto foi pouco trabalhoso — até gratificante, podemos dizer.
Conclusão
Fatores externos sempre afetarão nosso cotidiano, direta ou indiretamente. Percebemos que é possível, sim, acontecer eventos em escala mundial que afetam a todos e cujos reflexos podem perdurar por anos.
Em contrapartida, mesmo situações isoladas — como é o caso da atual guerra entre Ucrânia e Rússia — têm efeito sobre as operações no Brasil.
Sendo assim, é importante buscar estar sempre à frente, inovando e identificando novas soluções disruptivas. Além de, claro, planejar-se com antecedência e considerar cenários hipotéticos no seu planejamento, que mais do que nunca, mostram-se serem totalmente possíveis de acontecer!